A Casa

Não há dúvidas que o extraordinário sucesso de “Atividade Paranormal” abriu várias oportunidades de realizadores apresentarem ideias aterradoras com os recursos mais modestos disponíveis. Quem não está acostumado com este modelo de registro certamente considerará os esforços amadores, mas são filmes como este que asseguram a sobrevivência do gênero. No entanto, o uruguaio “A Casa” se diferencia dos similares, pois aqui não é a protagonista que faz os registros que deixarão muitos espectadores de cabelos em pé.

Simples e muito eficaz, a história inicia com Laura (Florencia Colucci) e seu pai Wilson (Gustavo Alonso) sendo solicitados por Nestor (Abel Tripaldi) para repararem uma casinha no meio do nada. Não há muito que fazer no momento que eles chegam, pois o sol está se pondo. Resta descansarem para o dia seguinte. Isso se Laura não passasse a ouvir estranhos barulhos vindos do andar superior. Wilson vai checar e Laura o revê minutos depois morto. Inicia então os misteriosos eventos assustadores baseados em uma história real ocorrida em um pequeno vilarejo no Uruguai na década de 1940.

Surpreende que um filme como “A Casa”, com suas inegáveis qualidades, tenha sido filmado com o custo de seis mil dólares e com uma câmera fotográfica Canon 5D. O feito é ainda mais impressionante em vista de estarmos diante de um único plano-sequência. É claro que há cortes, mas a mise-en-scène é tão minuciosa que eles passam despercebidos. Lamentável que a direção fenomenal e a atmosfera de horror sufocante estejam a serviço de uma conclusão que trapaceia o espectador. Uma cena após os créditos finais surge para tornar a surpresa menos indigesta.

Título Original: La casa muda
Ano de Produção: 2010
Direção: Gustavo Hernández
Roteiro: Oscar Estévez
Elenco: Florencia Colucci, Abel Tripaldi, Gustavo Alonso e María Salazar
Cotação: 3 Stars

7 Respostas para “A Casa

  1. Se não fosse pelo final que faz o espectador de trouxa ou por revelar cedo demais algumas coisas, seria um dos grandes filmes do ano! Mas, apesar de tantas escolhas erradas, acho que é um filme que sorevive! Pelo menos para mim, foi uma experiência angustiante!

    • Matheus, pois concordo com o seu comentário e posso dizer que a experiência também foi angustiante para mim. A resolução é boa, mas foi processada de forma totalmente inadequada. Vamos ver se na versão americana eles consertam este erro, o que duvido.

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